sábado, 30 de setembro de 2017

Como eu queria trazer novidades boas, notícias diferentes que não fossem relacionadas a minha doença, mas infelizmente a realidade é outra e bem dura. Estou um pouco sumida daqui porque os efeitos colaterais da quimioterapia são terríveis, me sinto muito mais indisposta e até o meu humor tem oscilado. Não tenho palavras para agradecer tanto carinho e dedicação vinda do meu marido, dos meus pais e da minha irmã Júlia. Acho que não falei deles aqui ainda, né? Meu pai se chama Heitor e minha mãe Maria Regina. A Júlia, minha irmã, é mais nova que eu pouco tempo, ela tem 26 anos, com essa pequena diferença de idade crescemos praticamente juntas, num misto de companheirismo e brigas – coisas de irmãs. Sinceramente eu não fazia a menor ideia do quanto era amada e querida pela minha família até me encontrar desse jeito, tão debilitada. Mesmo sabendo que sempre os amei demais e fiz todo o possível para estar presente em todos os momentos, hoje olho para trás e quero ainda mais. Mais deles na minha vida, mais deles nos domingos a tarde depois do almoço jogados no sofá, mais deles em viagens para a praia no final do ano, mais deles nos meus sonhos para o futuro, mais deles juntos com meu filho ou filha.
Confesso que tem dias que estou mais confiante, contudo hoje não é um deles. Diante de uma notícia não muito animadora da equipe médica o que me mantem forte neste momento é a minha fé. O câncer já atingiu meus nódulos linfáticos e o fígado, estou extremamente debilitada, a Leucemia Mielóide Aguda tem rápida progressão e eu preciso responder bem ao tratamento. Não existe previsão alguma de eu sair do hospital. Já tive crises de choro intensas até vomitar, já neguei a situação e questionei o destino, mas sempre que penso que o meu próximo passo depois da cura é ter meu filho a vontade de viver toma conta de mim. Não há outra razão para me fortalecer, para me fazer querer viver depois de tanto sofrimento. Ele é a razão para eu lutar e resistir, mesmo diante de um quadro clínico pouco otimista.
Peço que rezem por mim e pela minha saúde, estou aumentando a minha fé e acreditando na minha melhora progressiva. O André está desolado, consigo perceber nos seus olhos o desespero, mas sempre ao meu lado e me apoiando. E eu sigo com fé, buscando forças e acreditando na minha cura. Sei que existe um destino lindo que me espera, existe uma vida me aguardando lá na clínica de reprodução humana e é por ela que luto todos os dias, porque ela é o meu sonho e mais que nunca a razão da minha vida.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Gratidão

               Meus queridos, não tenho palavras para agradecer todas as mensagens que tenho recebido em minhas redes sociais. O tratamento não está fácil, eu ainda não voltei para a casa,  Dr. Bruno achou melhor me manter no hospital para monitorar melhor minha imunidade após a sessão de quimioterapia. Sei que sumi um pouquinho aqui do blog, mas agora que estou um pouco mais disposta resolvi escrever e contar para vocês como foi todo o processo de formação embrionária, só de ver as imagens que recebi da clínica de reprodução meu coração acelera e a minha vontade de superar todas as dificuldades e melhorar logo só aumenta. 


Dezoito horas depois do procedimento recebemos essa foto da equipe lá da clínica de reprodução. A imagem apresenta dois pronúcleos o que comprova que a fecundação aconteceu. Dos oócitos possíveis para serem fecundados, três apresentaram os pronúcleos, ou seja, três embriões para serem criopreservados e depois quando eu estiver curada dois deles serão implantados no meu útero. No momento em que vi que essa primeira etapa foi concluída com sucesso e que meu sonho de ser mãe serria possível, toda aquela angustia do tratamento da leucemia virou nada, desapareceu! Lágrimas de alegria brotaram dos meus olhos e dos olhos do André. Minha família que me acompanhava no hospital ficou emocionada. Foi um momento único, um passo a mais rumo a realização de um sonho. Uma felicidade indescritível. 


Na imagem acima o embrião já apresenta duas células, chamadas de blastômeros. Me enviaram essa foto 40 horas após a fecundação. Tudo correndo conforme o planejado.


No segundo dia me enviaram essa foto em que o embrião apresentava já 4 células, é possível ver também a zona pelúcida em volta das células. E mesmo com todo o meu mal estar e indisposição com os efeitos colaterais da quimioterapia já se apresentando e tomando conta da minha rotina, tive uma sensação de gratidão enorme. É um sonho tomando forma.


E finalmente, após 72 horas, recebi essa foto em que no processo de clivagem rotacional o embrião chegou a 8 blastômeros. Pensar que esse montinho de células (que estão em planos diferentes) mudará todo o meu destino e do André. E mesmo que todo esse processo não tenha acontecido de forma natural, dentro de mim, não fará menor o meu amor e a alegria de me realizar sendo mãe. Nessa etapa o embrião já está pronto para o processo de congelamento. 
             Sobre o processo de criopreservação dos embriões, me explicaram na clínica que acontece da seguinte forma:  no momento do congelamento, os embriões são removidos do meio de cultivo e expostos a concentrações crescentes do crioprotetor sendo que na última delas (em geral 1,5 M PROH), eles são aspirados com o auxílio de uma seringa de insulina para o interior de uma paillete e transferidos para a câmera de armazenamento do equipamento de congelamento lento. A queda da temperatura ocorre gradativamente até o momento da pausa para o seeding , quando encosta-se um fórceps resfriado em NLiq nas pailletespara a indução da formação de gelo. A seguir, a temperatura continua a cair lentamente (0,3ºC/mim) até uma temperatura pré-determinada (em geral –40ºC) após a qual ela cai mais bruscamente até atingir –180ºC. Neste momento, as pailletes são removidas da câmara do aparelho de congelamento para o interior de um recipiente contendo N líquido de onde são captadas e colocadas em grupos, no interior de um pequeno cilindro plástico, tipo um tubete, aderido à uma haste metálica, a qual é então imersa no N líquido em recipientes cilíndricos metálicos dos botijões de armazenamento. 
             Impossível mensurar a nossa alegria depois deste processo, impossível não arrancar forças de onde eu nem sei para superar a leucemia e poder ser mãe. Hoje, apesar de todas dificuldades, sou só GRATIDÃO.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Um misto de sentimentos

               Que dia meus queridos. Que dia! Aconteceu tanta coisa hoje que não sei nem por onde começar. Estou escrevendo para vocês de uma cama de hospital e isso não é nada bom. Mas vou começar falando de tudo de ótimo que aconteceu no dia.
               Hoje pela manhã fizemos a aspiração folicular para coleta dos meus oócitos. O procedimento foi feito por punção transvaginal guiado por ultrassom. Com o auxílio de uma agulha fina, o líquido do interior dos folículos foi aspirado. Tudo foi realizado sob sedação e durou aproximadamente 10 minutos, muito rápido e logo eu já estava acordada. O líquido aspirado foi levado a um microscópio para que os óvulos pudessem ser identificados. Com a identificação dos oócitos, e já realizada a preparação dos espermatozoides coleados por masturbação (mas se não fosse possível esse método de coleta, poderia ter sido por aspiração do testículo também) os dois gametas foram colocados em uma placa de Petri contendo um meio de cultura especial . Essa capacitação dos espermatozoides consiste em uma reação acrossômica. Inicialmente, essas modificações ocorrem ao nível molecular da membrana plasmática e resultam em alterações morfológicas (reação acrossômica) e fisiológicas (hiperativação do flagelo). A reação acrossômica é caracterizada pela fusão entre a membrana plasmática e a acrossomal externa, resultando em formação de vesículas e permitindo a liberação de enzimas do conteúdo acrossômico. Com isso os espermatozoides estão prontos para reagir com componentes dos oócitos (células do "cumulus", fluido folicular, zona pelúcida) para completarem a reação acrossômica. Feito todo o procedimento, estamos aguardando notícias nas próximas horas para saber se houve a fecundação. Após a fecundação as células serão observadas no laboratório por cerca de 4 dias para a clivagem do zigoto, e depois dessa etapa passará pelo processo de criopreservação embrionária.
               Estamos todos na torcida e ansiosos pelas notícias que serão passadas a nós regularmente pela a equipe do Dr. Ricardo da clínica de reprodução humana, mas agora estou de volta aos cuidados do Dr. Rodrigo Mattos, o oncologista que está cuidando do meu câncer. Saí da clínica e vim direto para dar entrada no hospital e iniciar o tratamento de quimioterapia, daqui a pouco já começo a tomar as medicações. Por hora o que posso dizer é que nesse pequeno período antes de começar o tratamento e passar pelo processo para a coleta de oócitos, meu caso se agravou consideravelmente, existe uma certa preocupação em relação à resposta do meu organismo às medicações. Mas estou confiante de que logo, logo, após essa primeira sessão de quimioterapia, estarei me recuperando em casa e respondendo muito bem ao tratamento. Enquanto isso torçam por mim, e prometo voltar aqui para dar notícias sobre o desenvolvimento embrionário do meu filhote.

Beijos!  

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Dias difíceis

Hoje não acordei muito bem disposta, mas ainda assim animada e ansiosa para o futuro procedimento de retirada dos meus oócitos. Acredito que o fato de eu estar tão emotiva talvez seja pela elevação hormonal da injeção de gonadotrofina. A realidade não é fácil, tento estar forte para todos os momentos, mas sei que ainda tenho um tratamento seríssimo de quimioterápicos para enfrentar. O sonho de tornar a maternidade possível após a cura é grande e real, contudo nada diminuiu o medo que tenho de enfrentar essa doença. Alguns dias são fáceis, outros nem tanto...
Mais cedo fomos à clínica de reprodução humana para mais uma ultrassonografia e análise de alguns exames para ver como anda a minha imunidade. Com a ultrassonografia uterina está tudo conforme o previsto, já a minha imunidade está cada vez mais abaixo da média para o estágio do meu câncer.  Isso nos deixou bastante preocupados, a tristeza era explícita no rosto do André.
Tentando nos deixar mais animados, Dr. Ricardo nos explicou sobre o procedimento para a formação do embrião, afinal ele sabe que não tem assunto que nos deixa mais felizes e radiantes do que toda a preparação para termos o nosso filho. Aliás, esse é o único assunto que nos tira totalmente a minha doença da cabeça e nos invade com uma alegria sem tamanho.
O procedimento para a formação do embrião será o de Fertilização in vitro (FIV), em relação a mim e ao meu sistema reprodutor já temos todas as dúvidas esclarecidas. O Dr. Bruno nos falou nessa consulta sobre o sistema reprodutor masculino, aproveitando que o resultado do espermograma do André não tinha apontado nenhuma irregularidade.
Ele nos explicou que o sistema reprodutor masculino é composto pelos testículos, epidídimo, ductos deferentes, vesícula seminal, próstata e pênis. Nos testículos ocorre a produção de espermatozóides e também a produção da testosterona.



  
Dr. Ricardo nos disse que o espermograma é um exame muito relevante e de baixa complexidade para analisar a fertilidade do casal.  O sêmen, depois de recolhido, passa por dois tipos de análise: uma a “olho nu” (macroscópica) e a outra feita por meio de microscópios (microscópica). E nos entregou um formulário com os parâmetros analisados, os quais todos se apresentaram dentro da normalidade para o exame do André. Coloquei abaixo o formulário para vocês ficarem por dentro disso também.

Análise Macroscópica
Parâmetros analisados
Descrição
Valores de referência
Cor e aspecto
Apresentação da amostra pode variar de acordo com a concentração e elementos presentes na amostra.
Branco opalescente
Tempo de liquefação
Tempo gasto para a amostra do material se tornar líquida completa.
≤ 60 minutos
Volume em mililitros (ml)
Volume total ejaculado.
≥ 1,5 ml
Viscosidade
Este parâmetro pode variar entre normal ou aumentada.
Normal
pH
pH do líquido seminal apresenta-se básico.
≥ 7,2

Análise Microscópica
Parâmetros analisados
Descrição
Valores de referência
Concentração por ml
Quantidade de espermatozoides por ml.
≥ 15,0 milhões por ml
Concentração total
Quantidade de espermatozoides no volume total  do ejaculado.
≥ 39,0 milhões no ejaculado
Motilidade progressiva (MP)
Espermatozoides que se movem em sentido direcional (deslocam em uma direção).
≥ 32 % MP
Motilidade não progressiva (NP)
Espermatozoides que movem a cauda, mas não se deslocam.
40% MP + NP
Imóvel
Espermatozoides sem motilidade.
Morfologia  (ou forma): critérios estabelecidos por Kruger, chamados de morfologia estrita
Análise do formato, do tamanho do espermatozoide, de sua cauda e a peça intermediária que liga estas porções.
≥ 4% de ovais normais
Vitalidade
Teste utilizado para os pacientes que possuem 40 % de espermatozoides imóveis e que nos dá a porcentagem de espermatozóides vivos na amostra.
≥ 58% de espermatozoides vivos
Concentração de células redondas
Células indiferenciadas presentes na amostra e, em geral, representam as células da espermatogênese.
≤ 1,0×106/ml
Concentração de leucócitos
Concentração de leucócitos por ml na amostra
≤ 1,0×106/ml

               Foi um bate papo leve que nos deixou mais animados, porém ele ressaltou que não poderíamos demorar em realizar o procedimento, porque minha saúde estava ficando muito debilitada. Nossa próxima consulta já é para colher todo o material para a realização da FIV. Se estou ansiosa? Vocês nem imaginam o quanto! Daqui uns dias tudo será realizado e eu prometo contar todos os detalhes para vocês.

Grande Beijo!

sábado, 16 de setembro de 2017

"Ás vezes, os caminhos mais bonitos só serão encontrados se nos perdermos antes"



Bom dia leitores!
Hoje acordei bem feliz em saber o resultado da enquete. O procedimento vencedor é o congelamento do embrião, coincidindo com o que André e eu havíamos decidido! Entretanto o processo não é tão simples assim. Antes de coletarmos os meus oócitos, devo fazer a indução ovulatória, que consiste em promover a liberação de oócitos a cada período fértil. Geralmente, são recuperados 12 oócitos por ciclo.
Esta indução ovulatória é feita por medicamentos, podendo ser por via oral, como o Citrato de Clomifeno, ou através de injeções subcutâneas que agem diretamente nos folículos ovarianos. No nosso caso o Dr. Paulo da clínica de reprodução humana indicou a injeção de gonadotrofina, aplicada na região mais espessa da coxa ou barriga, podendo ser injetada em casa mesmo.
Começamos ontem, no 4º dia do meu período menstrual e continuaremos a aplicar por 10 dias. O Dr. Ricardo me disse que em 3 dias começaremos a maratona de ultrassonografias feitas a cada dois dias, até o momento da ovulação. Assim que os meus folículos estiverem com um tamanho adequado, será aplicada uma injeção subcutânea de HCG, que me fará ovular entre 36 e 40 horas. Porém no caso do procedimento que iremos fazer, os oócitos serão coletados 12 horas após a injeção para podermos prosseguir com o combinado!
Não aguento mais esperar esse dia! Confesso que estou um pouco ansiosa, afinal preciso começar com o meu tratamento de leucemia, para que tudo dê certo no final e que nós possamos realizar este sonho.
Contudo, enquanto este dia não chega, acho justo em explicar um pouco sobre os Sistemas Reprodutores. Começando é claro por elas: Sistema Reprodutor Feminino. Este é composto por: dois Ovários, duas Tubas Uterinas ou Ovidutos, Útero e Vagina, que são considerados como os órgãos reprodutores internos da mulher. A genitália externa é constituída por Clitóris, Grandes Lábios e Pequenos Lábios.  


  O Sistema Reprodutor Feminino é responsável pela Oogênese, ou seja, a formação das células reprodutoras femininas, os oócitos, que são transportadas desde os ovários até aos ovidutos, onde a fecundação ocorre. Então os oócitos que são formados nos ovários, passam pelos ovidutos, são fecundados, vão em direção ao útero, onde o embrião vai se desenvolver até o momento do parto.
Além disso, o Sistema Reprodutor Feminino também é responsável pela produção dos hormônios sexuais, sendo eles o Estrógeno e a Progesterona.
O estrógeno é responsável por promover o crescimento e maturação dos órgãos sexuais internos, além de promoverem as características sexuais secundárias que são desenvolvidas na puberdade. Enquanto isso, a progesterona é responsável por preparar os órgãos internos para a gravidez, como o útero para a recepção do embrião e as glândulas mamárias para a lactação.
O ciclo reprodutivo feminino começa na menarca, época do primeiro período menstrual. A partir deste momento, a mulher passa mensalmente por ciclos reprodutivos regulados pelo Hipotálamo, uma das partes mais importantes do Sistema Nervoso Central, que controla vários mecanismos do corpo humano. O Hipotálamo produz o hormônio que estimula a liberação dos hormônios FSH e LH. O Hormônio Folículo Estimulante é responsável pelo desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio, enquanto o Hormônio Luteinizante serve como "gatilho" para a ovulação e estimula a produção da progesterona. Estes dois hormônios ovarianos também promovem o crescimento do endométrio, tecido que reveste toda a parede interna do útero, local onde o embrião se adere, dando inicio à gravidez.
É importante entendermos que no nosso ciclo ovariano, os hormônios FSH e LH produzem alterações cíclicas nos ovários, como o desenvolvimento de folículos ovarianos, a ovulação propriamente dita e a formação do corpo lúteo. Explicando um pouco mais a fundo:
O desenvolvimento folicular é o crescimento e diferenciação do oócito primário (desenvolvido durante a vida fetal, que iniciam sua primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas param na prófase I até a adolescência) em oócito secundário que inicia a segunda divisão meiótica, mas progride até a metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozóide penetra nesse oócito, a segunda divisão é completada e teremos um oócito fecundado.
O corpo lúteo é uma glândula endócrina temporária que se forma no rompimento do folículo ovariano para a liberação do oócito maduro durante a ovulação. Caso o oócito não seja fecundado, ele se degenera de 10 a 12 dias e é substituído por um tecido cicatricial branco, deixando uma pequena cicatriz no ovário. Caso o oócito seja fecundado, o corpo lúteo aumenta e se torna gravídico, aumentando a sua produção hormonal, sendo essencial para a manutenção do endométrio, para que seja adequado à gestação até cerca de 8 a 12 semanas.
Ah! Como é bom voltar a estar confiante em meus próximos passos! Volto em breve para dividir com vocês os meus próximos momentos.

Agradecimento

Então pessoal, aqui é a Júlia, venho aqui dizer que o dia tão especial finalmente chegou e eu finalmente conseguir ver e conhecer essa peq...