Bom dia leitores!
Andei sumida, mas estava me organizando, os
dias ultimamente não têm sido fáceis por aqui. Entretanto sigo com fé e muita
força para conquistar a cura e realizar o meu sonho e o de André, termos um
filho. Falando nisso contei para vocês
somente até na parte em que recebemos o meu diagnostico de LMA, né? Pois é, não
vou mentir, foi a notícia mais difícil que recebi em toda minha vida, mas a pior
parte foi ver toda a minha família, amigos e marido desmoronando também. Talvez
até ali eu não soubesse, mas a força que existe dentro de mim é tão surreal que
em momento algum pensei que fosse perder essa batalha, e essa minha garra
serviu de consolo para despertar a força em todos eles. Estamos juntos e
confiantes.
O Dr. Bruno logo me encaminhou
para um oncologista especialista em LMA, Dr. Rodrigo Mattos. Antes de
iniciarmos o tratamento (que deve começar o quanto antes) tivemos uma longa
conversa anteontem para que ele explicasse para mim e para o André todos os
fatores de riscos referentes ao tratamento, inclusive o de infertilidade. E
como ter um filho é mais que um projeto para nossas vidas, é um sonho que vamos
com certeza realizar, optamos por recorrer a mais moderna tecnologia para que futuramente
eu pudesse ter uma gestação. Foram-nos apresentadas duas opções: a
criopreservação dos meus oócitos ou o congelamento do embrião, e também as
condições viáveis de cada uma.
Na criopreservação, o oócito se encontra
na fase de metáfase II, é extremamente frágil devido ao seu grande volume, a
maior quantidade de água intracelular e ao arranjo cromossômico, tornando-o
mais suscetível à ação deletéria do congelamento e descongelamento. A injúria
pelo frio (efeito chilling) é o maior obstáculo para o sucesso da
criopreservação de oócitos, ocasionando lesões nas membranas celulares,
microtúbulos e na organização do citoesqueleto e zona pelúcida. Anormalidades
cromossômicas também são observadas após a criopreservação de oócitos. Sendo
assim a taxa máxima de gravidez por este procedimento alcança somente de 10 a
25% de sucesso.
Contudo
ao nos ver tão frustrados com a baixa expectativa de uma futura gestação com o
método da criopreservação dos meus oócitos e dispostos a tentar qualquer
alternativa que nos garantisse um procedimento com uma porcentagem maior de
sucesso, o Dr. Rodrigo nos falou sobre a criopreservação do embrião. Que é hoje o
método de preservação de fertilidade com melhores resultados em comparação a
outros e nos indicou uma das melhores clínicas de reprodução humana de São Paulo.
Findada
uma longa conversa de apenas possibilidades, retornamos para casa com um prazo
muito curto para escolher um dos métodos de preservação de fertilidade, antes
de eu começar com o tratamento de quimioterapia. Semana que vem já vou ser
submetida à indução de ovulação e até lá eu e o André, com a ajuda das nossas
famílias, precisamos definir por qual método de preservação de fertilidade
optaremos.
Sei que
muitos de vocês podem não ter passado por isso, ou talvez tenha ou conheça
alguém que vive esse dilema, mas a esperança de que essa tormenta passará e que
futuramente estarei curada e com meu filho ou filha nos braços é o que me
alimenta a cada dia e me faz ser forte. Bom, em breve volto aqui para dividir
com vocês os próximos passos dados em relação a minha vida. E que Deus nos
abençoe.
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