Meus
queridos, não tenho palavras para agradecer todas as mensagens que tenho
recebido em minhas redes sociais. O tratamento não está fácil, eu ainda não voltei
para a casa, Dr. Bruno achou melhor me
manter no hospital para monitorar melhor minha imunidade após a sessão de
quimioterapia. Sei que sumi um pouquinho aqui do blog, mas agora que estou um
pouco mais disposta resolvi escrever e contar para vocês como foi todo o
processo de formação embrionária, só de ver as imagens que recebi da clínica de
reprodução meu coração acelera e a minha vontade de superar todas as
dificuldades e melhorar logo só aumenta.
Dezoito horas depois do procedimento recebemos essa foto da equipe lá da clínica de reprodução. A imagem apresenta dois pronúcleos o que comprova que a fecundação aconteceu. Dos oócitos possíveis para serem fecundados, três apresentaram os pronúcleos, ou seja, três embriões para serem criopreservados e depois quando eu estiver curada dois deles serão implantados no meu útero. No momento em que vi que essa primeira etapa foi concluída com sucesso e que meu sonho de ser mãe serria possível, toda aquela angustia do tratamento da leucemia virou nada, desapareceu! Lágrimas de alegria brotaram dos meus olhos e dos olhos do André. Minha família que me acompanhava no hospital ficou emocionada. Foi um momento único, um passo a mais rumo a realização de um sonho. Uma felicidade indescritível.
Na imagem acima o embrião já apresenta duas células, chamadas de blastômeros. Me enviaram essa foto 40 horas após a fecundação. Tudo correndo conforme o planejado.
No segundo dia me enviaram essa foto em que o embrião apresentava já 4 células, é possível ver também a zona pelúcida em volta das células. E mesmo com todo o meu mal estar e indisposição com os efeitos colaterais da quimioterapia já se apresentando e tomando conta da minha rotina, tive uma sensação de gratidão enorme. É um sonho tomando forma.
E finalmente, após 72 horas, recebi essa foto em que no processo de clivagem rotacional o embrião chegou a 8 blastômeros. Pensar que esse montinho de células (que estão em planos diferentes) mudará todo o meu destino e do André. E mesmo que todo esse processo não tenha acontecido de forma natural, dentro de mim, não fará menor o meu amor e a alegria de me realizar sendo mãe. Nessa etapa o embrião já está pronto para o processo de congelamento.
Sobre o processo de criopreservação dos embriões, me explicaram na clínica que acontece da seguinte forma: no momento do congelamento, os embriões são removidos do meio de cultivo e expostos a concentrações crescentes do crioprotetor sendo que na última delas (em geral 1,5 M PROH), eles são aspirados com o auxílio de uma seringa de insulina para o interior de uma paillete e transferidos para a câmera de armazenamento do equipamento de congelamento lento. A queda da temperatura ocorre gradativamente até o momento da pausa para o seeding , quando encosta-se um fórceps resfriado em NLiq nas pailletespara a indução da formação de gelo. A seguir, a temperatura continua a cair lentamente (0,3ºC/mim) até uma temperatura pré-determinada (em geral –40ºC) após a qual ela cai mais bruscamente até atingir –180ºC. Neste momento, as pailletes são removidas da câmara do aparelho de congelamento para o interior de um recipiente contendo N líquido de onde são captadas e colocadas em grupos, no interior de um pequeno cilindro plástico, tipo um tubete, aderido à uma haste metálica, a qual é então imersa no N líquido em recipientes cilíndricos metálicos dos botijões de armazenamento.
Impossível mensurar a nossa alegria depois deste processo, impossível não arrancar forças de onde eu nem sei para superar a leucemia e poder ser mãe. Hoje, apesar de todas dificuldades, sou só GRATIDÃO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário