Olá pessoal, aqui é o
André. Hoje vim contar sobre o desenvolvimento do sistema digestório. O Dr.
Ricardo me explicou que começa no início da quarta semana com a formação do
intestino primitivo, a partir da incorporação do endoderma e de parte da
vesícula umbilical (saco vitelino) pelas pregas cefálica, laterais e caudal
durante o dobramento do embrião. O endoderma do intestino primitivo origina a
maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo, enquanto que o
epitélio da extremidade cefálica (cranial) é derivado do ectoderma do estomodeu
(futura cavidade bucal) e o epitélio da extremidade caudal deriva do ectoderma
do proctodeu. O intestino primitivo é limitado na sua extremidade cefálica
(cranial) pela membrana buco faríngea e na sua extremidade caudal pela membrana
cloacal. Os tecidos muscular, conjuntivo e as outras
camadas da parede do trato digestivo são derivados do mesênquima esplâncnico
que circunda o intestino primitivo
E o
intestino primitivo é dividido em três partes:
·
Intestino anterior
·
Intestino médio
·
Intestino posterior
.
INTESTINO
ANTERIOR
·
A faringe primitiva e seus
derivados;
·
O sistema respiratório
inferior;
·
O esôfago e o estômago;
·
O duodeno, proximal à
abertura do dueto biliar;
·
O fígado, o aparelho biliar
(ductos hepáticos, vesícula biliar e ducto biliar) e o pâncreas.
Todos
esses derivados do intestino anterior, exceto a faringe, o trato respiratório e
a maior parte do esôfago, são vascularizados pelo tronco celíaco, a artéria do
intestino anterior. A faringe primitiva e seus derivados, assim como o sistema
respiratório são abordados em capítulos
distintos, portanto começaremos o intestino primitivo pelo esôfago.
Desenvolvimento
do Esôfago
O
esôfago começa a se desenvolver a partir do intestino anterior imediatamente
caudal à faringe. A separação da traquéia do esôfago se dá pelo septo traqueoesofágico Inicialmente, o esôfago é curto, porém ele irá
se alongar rapidamente, graças, principalmente, ao crescimento e à descida do
coração e dos pulmões. O esôfago alcança o seu comprimento final relativo
durante a sétima semana. Seu epitélio e suas glândulas são derivados do
endoderma (Fig. 1). O epitélio prolifera e oblitera, parcial ou completamente,
a luz; entretanto, a recanalização do esôfago normalmente ocorre no final do
período embrionário. O músculo estriado que forma a camada muscular externa do
terço superior do esôfago é derivado do mesênquima do 4º ao 6º arco faríngeo. O
músculo liso, principalmente no terço inferior do esôfago, se desenvolve do
mesênquima esplâncnico circunjacente.
Desenvolvimento
do Estômago
Em
torno da metade da quarta semana, uma ligeira dilatação no intestino anterior,
até o momento tubular, indica o local do primórdio do estômago. No início, ele
aparece como um alargamento fusiforme da porção caudal do intestino anterior e
está orientado no plano mediano. Esse primórdio logo se expande e se amplia
dorso ventralmente. Durante as próximas duas semanas, a face dorsal do estômago
cresce mais rapidamente do que a sua face ventral; isso demarca a curvatura
maior e a curvatura menor do estômago (Fig. 2 – C).
Durante o seu
desenvolvimento, o estômago sofre alterações na sua posição, e estas alterações
são mais facilmente entendidas quando explicadas separadamente em dois eixos –
eixo longitudinal e eixo anteroposterior. Após essas mudanças de posição,
o estômago assume a sua posição final, com o seu eixo indo da porção esquerda
superior para a direita inferior.
Desenvolvimento
do Duodeno
O
duodeno se desenvolve a partir da porção caudal do intestino anterior, da
porção cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado ao
endoderma dessas porções do intestino primitivo. A junção das duas
porções do duodeno situa-se logo após a origem do ducto biliar. O duodeno em
desenvolvimento cresce rapidamente, formando uma alça em forma de C que se
projeta ventralmente. A medida que o estômago
rotaciona, aliado ao rápido crescimento da cabeça do pâncreas, a alça duodenal
gira para a direita e vai se localizar retroperitonealmente (externa ao
peritônio). Por se originar dos intestinos anterior e médio, o duodeno é
suprido por ramos das artérias celíaca e mesentérica superior, artérias que
vascularizam essas porções do intestino primitivo. Durante a quinta e a sexta
semanas, a luz do duodeno se torna progressivamente menor e é, temporariamente,
obliterada, devido à proliferação de suas células epiteliais, recanalizando
normalmente no final do período embrionário. Nessa
ocasião, a maior parte do mesentério ventral já desapareceu .
INTESTINO
MÉDIO
De
acordo com que o Dr. explicou os derivados do intestino médio são: O intestino
delgado, incluindo o duodeno distal até a abertura do ducto biliar, e o ceco, o
apêndice, o colo ascendente e a metade a dois terços do colo transverso. Todos
esses derivados do intestino médio são supridos pela artéria mesentérica
superior.O desenvolvimento do intestino médio é caracterizado pelo alongamento
do intestino e seu mesentério resultando na formação de uma alça intestinal
ventral com a forma de U — a alça do intestino médio, também chamada de alça
intestinal primária ou alça intestinal média. O ramo cefálico desta alça
dará origem a porção distal do duodeno, jejuno e em parte do íleo, e o ramo
caudal dará origem à porção inferior do íleo, ceco, apêndice, cólon ascendente
e os dois terços proximais do cólon transverso. Com o aumento do tamanho do
fígado e rins, a cavidade abdominal embrionária torna-se pequena para abrigar
estes e todas as alças intestinais, levando-as a se projetarem para a cavidade
extraembrionária, no cordão umbilical, dando origem à hérnia umbilical
fisiológica. Enquanto está no interior do cordão umbilical, a alça intestinal
média roda 90 graus no sentido anti-horário, em torno do eixo formado pela
artéria mesentérica superior. Outras rotações ocorrem totalizando 270° quando
se completa. Isso leva o ramo cranial (intestino delgado) da alça para a
direita e o ramo caudal (intestino grosso) para a esquerda. Durante a rotação,
o intestino médio se alonga e forma as alças intestinais (por exemplo, jejuno e
íleo). O retorno do intestino médio para o abdome, ocorre durante a 10ª
semana, e acredita-se que este fato se deva a diminuição do tamanho do fígado e
dos rins e o aumento da cavidade abdominal. O intestino delgado (formado pelo
ramo cranial) retorna primeiro, passando por trás da artéria mesentérica
superior, e ocupa a parte central do abdome. Quando o intestino grosso retorna,
ele sofre uma rotação adicional no sentido anti-horário de 180 graus. Mais
tarde, ele vai ocupar o lado direito do abdome. O colo ascendente se torna
reconhecível à medida que a parede abdominal posterior cresce progressivamente.
Desenvolvimento
do Ceco e Apêndice
O
primórdio do ceco e do apêndice vermiforme aparece, na sexta semana, como uma
dilatação no limite antimesentérico do ramo caudal da alça do intestino médio.
O ápice do divertículo cecal não cresce tão rapidamente como o restante; assim,
o apêndice é inicialmente um pequeno divertículo do ceco. O apêndice aumenta
rapidamente em comprimento, tanto que, ao nascimento, ele é um tubo
relativamente longo, surgindo da extremidade distal do ceco. Após o nascimento,
a parede do ceco cresce de maneira desigual, e o resultado é que o apêndice
passa a sair de sua face medial. O apêndice está sujeito a consideráveis
variações em sua posição. Como o colo ascendente se alonga, o apêndice pode
passar posteriormente ao ceco ou ao colo. Ele pode também descer sobre a borda
da pelve (apêndice pélvico).
INTESTINO
POSTERIOR
Os
derivados do intestino posterior são:
·
O terço esquerdo até metade
do colo transverso; o colo descendente e o colo sigmoide; o reto e a parte
superior do canal anal.
·
O epitélio da bexiga
urinária e a maior parte da uretra.
Todos
os derivados do intestino posterior são supridos pela artéria mesentérica
inferior, a artéria do intestino posterior. A junção entre o segmento do colo
transverso derivado do intestino médio e aquele que se origina do intestino
posterior é indicada pela mudança na circulação sangüínea de um ramo da artéria
mesentérica superior (artéria do intestino médio) para um ramo da artéria
mesentérica inferior (artéria do intestino posterior). O colo descendente
torna-se retroperitoneal quando o seu mesentério se funde com o peritônio da
parede abdominal posterior esquerda e, então, desaparece. O mesentério do colo
sigmóide é mantido, porém ele é mais curto do que no embrião.
Cloaca
Esta
porção terminal expandida do intestino posterior é uma câmara revestida por
endoderma sendo limitada pela membrana cloacal que é constituída pelo endoderma
e pelo ectoderma superficial do proctodeu, e recebe o alantóide ventralmente, que é um divertículo digitiforme.
Septação
da Cloaca.A cloaca é septada em porções dorsal e
ventral através de uma projeção do mesênquima — o septo urorretal. Quando o
septo cresce em direção à membrana cloacal, ele desenvolve extensões bifurcadas
que produzem pregas das paredes laterais da cloaca. Essas pregas crescem uma em
direção a outra e se fundem formando um septo que divide a cloaca em duas
partes:Reto e porção cranial do canal anal,Seio urogenital.
A
membrana anal normalmente se rompe ao final da oitava semana, levando a porção
final do trato digestivo (canal anal) a se comunicar com a vesícula amniótica
O
Canal Anal
Os dois
terços superiores (cerca de 25 mm) do canal anal adulto são derivados do
intestino posterior; o terço inferior (cerca de 13 mm) se desenvolve do
proctodeu. A junção do epitélio derivado do ectoderma do proctodeu com o
epitélio derivado do endoderma do intestino posterior é indicada,
grosseiramente, pela linha pectinada, localizada no limite inferior das
válvulas anais. Essa linha indica aproximadamente o local primitivo da
membrana anal. Cerca de 2 cm acima do ânus está a linha anocutânea (“linha
branca”). Este é aproximadamente o local onde os epitélios mudam de tipo, de um
epitélio cilíndrico simples para um epitélio pavimentoso estratificado. No
ânus, o epitélio é queratinizado e em continuidade com a epiderme que o rodeia.
As outras camadas da parede do canal anal são derivadas do mesênquima
esplâncnico.Semelhante ao esfíncter pilórico e à válvula (esfíncter) ileocecal,
a formação do esfíncter anal parece estar sob o controle genético de Hox D. Os
dois terços superiores do canal anal, devido à sua origem do intestino
posterior, são supridos principalmente pela artéria retal superior, uma
continuação da artéria mesentérica inferior (artéria do intestino posterior). A
drenagem venosa dessa porção superior é feita principalmente pela veia retal superior, uma tributária da veia
mesentérica inferior. A drenagem linfática da porção superior é feita por fim
para os linfonodos mesentéricos inferiores. Seus nervos
são do sistema nervoso autônomo.
Hoje foram
muitos acontecimentos que relatei, então fico por aqui.
Lindo
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