quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Uma triste surpresa.

Boa tarde pessoal, aqui é o André. Quero registrar hoje uma notícia inesperada. Júlia foi fazer mais um ultrassom, ela está na 12ª semana de gestação. O Dr. Ricardo nos informou que nosso bebê nasceria com fenda labiopalatina. Mesmo com grande instrução da parte dele, sobre tratamentos, o que esperar no nascimento, sobre a rotina diferenciada que teríamos e indicação para acompanhamento com psicólogos, decidi procurar mais informações e compartilhá-las com vocês. 
Popularmente conhecida como lábio leporino, a fissura labiopalatina é uma abertura na região do lábio e/ou palato do recém-nascido ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação. As fissuras podem ser unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como cicatriz labial ou úvula bífida (úvula aparece partida em duas), restringir-se ao lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. As fissuras podem deixar o canal oral em contato com o nasal.
As fendas possuem diferentes causas. As do lábio e da maxila anterior resultam de um desenvolvimento imperfeito do palato embrionário primário. Frequentemente, quando essas fendas ocorrem, a deformação do desenvolvimento facial impede o contato das cristas palatinas, quando elas giram para a posição horizontal, de tal forma que as fendas do palato primário são frequentemente acompanhadas pelas do palato secundário (duro e mole).
Não há um fator específico que possa ser responsável pelas fendas labiais e palatinas. Porém, há um conjunto de aspectos que são co-responsáveis pela alteração embriogênica nos dois primeiros meses de gestação. Sendo eles, genes mutantes, que justificam a  ocorrência dessas deformidades associadas a outras
síndromes raras, principalmente envolvendo alterações congênitas dos membros; por aberrações cromossômicas, quando ocorrem associadas a síndromes como a D-trissomia; por agentes teratogênicos, medicamentos, estresse, quando agindo em um embrião predisposto geneticamente, seriam responsáveis por uma pequena proporção dos casos; e também por herança multifatorial, a maior parte dos casos se enquadra nesta categoria,
sendo em condições sistêmicas como diabete materna, a idade avançada dos genitores e o fumo, também tem uma relação predisponente as fissuras lábio palatinas.
Como Júlia não se enquadra nos fatores que podem causar a doença, imaginamos que seja um fator genético. Pais de uma criança com fissura labiopalatina podem não apresentar a fissura e tampouco um histórico familiar para esse tipo de má-formação, mas, ao gerarem uma criança com fissura de lábio e palato, constata-se que eles possuem genes para formação da mesma.
Se vocês estão se perguntando como saber se a fissura será labial ou palatina, isso só é possível diagnosticar após o nascimento, o obstetra diz imediatamente. A fissura labial é facilmente reconhecível. Uma fissura palatina pode variar em tamanho, desde uma pequena fenda até um grande orifício no céu da boca, e se tornará aparente logo após o nascimento, se não de imediato. Quando um bebê com fissura palatina tenta se alimentar, os alimentos líquidos podem sair pelo seu nariz, problema esse, que pode ser controlado com o auxílio de mamadeiras especiais e outros cuidados, até que o bebê tenha idade suficiente para ser submetido à cirurgia.
Fechar uma fissura labial através de cirurgia é mais simples do que corrigir uma fissura palatina. O procedimento é geralmente realizado nos três ou quatro primeiros meses de vida e a cicatriz tende a desaparecer com o passar do tempo.
No caso de uma fissura palatina, a cirurgia é adiada até que a criança complete um ou dois anos de vida, quando o maxilar superior já alcançou seu crescimento normal. Se o problema é extenso, a cirurgia pode ser adiada até que a criança atinja cinco a sete anos, a fim de evitar problemas estruturais. Em alguns casos a cirurgia não é possível ou pode não fechar totalmente a fenda. Nestes casos, um aparelho parecido com uma dentadura, chamado de obturador, é feito a fim de encobrir a abertura e permitir que a criança se alimente naturalmente.
Dependendo da gravidade da fissura palatina, podem ser necessárias cirurgias múltiplas no decorrer de um longo período. Um cirurgião plástico e/ou bucomaxilo-facial realiza uma cirurgia corretiva na face, enquanto que um cirurgião-dentista, cirurgião geral, otorrinolaringologista e/ou ortodontista fazem aparelhos para corrigir quaisquer defeitos.
É isso pessoal, eu, como pai, nessas horas gostaria de ter feito medicina, ser um cirurgião, ou até mesmo dentista, pois toda instrução que posso ler parece pouca diante da preocupação que surge desde o primeiro dedo do pé ao último fio de cabelo do meu bebê que está por vir.
E por meio desta pesquisa, tento ao máximo estar preparado para todo o cuidado que ele merece.
Estamos todos tristes, mas juntando forças para superar mais este obstáculo e ver nosso pequenino ou pequenina crescer feliz. Abraços! 

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Agradecimento

Então pessoal, aqui é a Júlia, venho aqui dizer que o dia tão especial finalmente chegou e eu finalmente conseguir ver e conhecer essa peq...