Boa tarde pessoal, aqui é o
André. Quero registrar hoje uma notícia inesperada. Júlia foi fazer mais um
ultrassom, ela está na 12ª semana de gestação. O Dr. Ricardo nos informou que nosso bebê nasceria com fenda
labiopalatina. Mesmo com grande instrução da parte dele, sobre tratamentos, o
que esperar no nascimento, sobre a rotina diferenciada que teríamos e indicação
para acompanhamento com psicólogos, decidi procurar mais informações e compartilhá-las
com vocês.
Popularmente conhecida como lábio
leporino, a fissura labiopalatina é uma abertura na região do lábio e/ou palato
do recém-nascido ocasionada pelo não fechamento destas estruturas na fase
embrionária, isto é, entre a 4ª e a 12ª semana de gestação. As fissuras
podem ser unilaterais ou bilaterais e variam desde formas mais leves como
cicatriz labial ou úvula bífida (úvula aparece partida em duas), restringir-se
ao lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino,
atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. As fissuras podem
deixar o canal oral em contato com o nasal.
As fendas possuem
diferentes causas. As do lábio e da maxila anterior resultam de um
desenvolvimento imperfeito do palato embrionário primário. Frequentemente,
quando essas fendas ocorrem, a deformação do desenvolvimento facial impede o
contato das cristas palatinas, quando elas giram para a posição horizontal, de tal forma que as
fendas do palato primário são frequentemente acompanhadas pelas do palato
secundário (duro e mole).
Não há um fator
específico que possa ser responsável pelas fendas labiais e palatinas. Porém,
há um conjunto de aspectos que são co-responsáveis pela alteração embriogênica
nos dois primeiros meses de gestação. Sendo eles, genes mutantes, que
justificam a ocorrência dessas
deformidades associadas a outras
síndromes raras, principalmente envolvendo alterações
congênitas dos membros; por aberrações cromossômicas, quando ocorrem associadas
a síndromes como a D-trissomia; por agentes teratogênicos, medicamentos,
estresse, quando agindo em um embrião predisposto geneticamente, seriam
responsáveis por uma pequena proporção dos casos; e também por herança multifatorial,
a maior parte dos casos se enquadra nesta categoria,
sendo em condições sistêmicas como diabete
materna, a idade avançada dos genitores e o fumo, também tem uma relação
predisponente as fissuras lábio palatinas.
Como Júlia não se enquadra nos fatores que podem
causar a doença, imaginamos que seja um fator genético. Pais de
uma criança com fissura labiopalatina podem não apresentar a fissura e tampouco
um histórico familiar para esse tipo de má-formação, mas, ao gerarem uma
criança com fissura de lábio e palato, constata-se que eles possuem genes para
formação da mesma.
Se vocês estão se perguntando como saber se a fissura será labial ou
palatina, isso só é possível diagnosticar após o nascimento, o obstetra diz imediatamente.
A fissura labial é facilmente reconhecível. Uma fissura palatina pode variar em
tamanho, desde uma pequena fenda até um grande orifício no céu da boca, e se
tornará aparente logo após o nascimento, se não de imediato. Quando um bebê com
fissura palatina tenta se alimentar, os alimentos líquidos podem sair pelo seu
nariz, problema esse, que pode ser controlado com o auxílio de mamadeiras
especiais e outros cuidados, até que o bebê tenha idade suficiente para ser
submetido à cirurgia.
Fechar uma fissura
labial através de cirurgia é mais simples do que corrigir uma fissura palatina.
O procedimento é geralmente realizado nos três ou quatro primeiros meses de
vida e a cicatriz tende a desaparecer com o passar do tempo.
No caso de uma
fissura palatina, a cirurgia é adiada até que a criança complete um ou dois
anos de vida, quando o maxilar superior já alcançou seu crescimento normal. Se
o problema é extenso, a cirurgia pode ser adiada até que a criança atinja cinco
a sete anos, a fim de evitar problemas estruturais. Em alguns casos a cirurgia
não é possível ou pode não fechar totalmente a fenda. Nestes casos, um aparelho
parecido com uma dentadura, chamado de obturador, é feito a fim de encobrir a
abertura e permitir que a criança se alimente naturalmente.
Dependendo da
gravidade da fissura palatina, podem ser necessárias cirurgias múltiplas no
decorrer de um longo período. Um cirurgião plástico e/ou bucomaxilo-facial
realiza uma cirurgia corretiva na face, enquanto que um cirurgião-dentista, cirurgião
geral, otorrinolaringologista e/ou ortodontista fazem aparelhos para corrigir
quaisquer defeitos.
É isso pessoal, eu,
como pai, nessas horas gostaria de ter feito medicina, ser um cirurgião, ou até
mesmo dentista, pois toda instrução que posso ler parece pouca diante da
preocupação que surge desde o primeiro dedo do pé ao último fio de cabelo do
meu bebê que está por vir.
E por meio desta
pesquisa, tento ao máximo estar preparado para todo o cuidado que ele merece.
Estamos todos
tristes, mas juntando forças para superar mais este obstáculo e ver nosso
pequenino ou pequenina crescer feliz. Abraços!
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